As fotografias não nos dizem muito, pois não se vê nada do que estávamos habituados no entanto pelo o relato do João talvez nos possamos situar melhor.
A seguir o relato João Santos.
Catalo.
Como te disse, estava bastante
preocupado com as horas, se eu sabia que conseguia chegar ao Zemba, tinha saído
mais cedo e não teria perdido tanto tempo no caminho e gozava umas horas no
Zemba. Tinha tirado as árvores do Monumento, pedia uns homens na Sanzala e
capinava um pouco a zona do monumento, mas enfim, foi o possível.
No regresso tive de ir visitar o Soba e
caí na asneira de querer tirar uma fotografia com ele e com o Pastor que
tiveram logo de ir vestir a vestimenta empatando-me ainda mais. Saí do Zemba
eram cinco horas menos dez, fiz a picada até Santa Eulália em quarenta e cinco
minutos, ainda parei no caminho para umas fotografias á pressa e comer mais uma
banana que foi o meu almoço e lance ao mesmo tempo. O trajecto mais difícil era
o de Zemba a Santa Eulália, 27 km, mas o de Santa Eulália para o Mucondo também
não era muito bom, o de Mucondo á estrada principal de Luanda para Carmona,
esse já era bom tendo eu atingido por vezes 120 km hora.
Fomos dormir a Carmona e no dia seguinte
tinha duas opções; ou vinha novamente pela estrada do Caxito e visitava
Cambamba, ou ia pelo Negage e vinha a Salazar e daqui para Luanda novamente.
Optei por vir por Salazar, era o dobro dos quilómetros mas foi uma maneira de
aproveitar o eu estar em Carmona para fazer este trajecto, não voltava a ter a
oportunidade de o fazer, para ir a Cambamba, numa das próximas viagens que faça
a Angola, saio do aeroporto e dou um saltinho a Cambamba e depois sigo para o
Lobito ou Nova Lisboa que é onde tenho os meus interesses profissionais.
Em Salazar, ainda procurei um amigo que
esteve muito tempo ao meu lado no hospital Militar de Luanda, mas como não o
localizei, acabei por deixar um pedido durante uns dias na rádio local a ver se
o descobrem. É capaz de estar com dificuldades financeiras e gostaria de o
ajudar, estivemos muito tempo juntos.
E é tudo Catalo, uma experiencia que
podia correr mal mas que felizmente correu tudo bem. Vamos falando, se
entenderes colocar algumas fotografias no Blog podes faze-lo, não tenho o contacto
dos nossos colegas mas se os tiveres, podes enviar os mail se assim o
entenderes.
Nº 107 – Á saída do aquartelamento do
Zemba
Nº 052 – Ponte ao fundo da picada
Nº 108 – Curva onde tive o acidente
Restantes, na Sanzala
Um grande abraço, vamos falando.
É muito agradavel ver estas fotos de lugares que nos conhecimos de uma maneira diferente! Louvo a coragem do nosso ex. colega João Santos em se meter nestas aventuras!! Alguns que estão na foto, de certeza já viveram a guerra do nosso tempo, Só uma pergunta ao João Santos: As fazendas de café que existiam de Mucondo para Santa Eulália, ainda existem cultivadas? Bombo, a 4-5 Km de Mucondo, Quicuzo..
ResponderEliminarUma palavra de agradecimento ao autor das fotos, João Santos e quem as fez chegar a nós atraves do blogs, Catalo. Feliz Natal para todos os colegas do Bat. 2833 com um grande abraço..
Amigo Joaquim Afonso, essas perguntas fiz ao João, mas ele pouco soube responder, pode ser que mais tarde venha a esclarecer.Veja o que ele escreveu nas restantes fotografias que publiquei.Um Bom Natal para si e sua familia.Catalo
EliminarEstive em Zemba de Junho de 1972, até Julho 1973, na C.Caç 3535/B.Caç 3880, como Furriel Mecânico! Tenho muitas fotos de Zemba, que podem ser vistas no meu Blogue:
ResponderEliminarhttp://madureirajorge.blogspot.pt/.
Foram tempos marcantes na minha vida e que nunca esquecerei! Até eu gostaria de visitar esse local,fazer companhia ao João Santos para reviver um passado que me recuso a esquecer. Só lamento aqueles Companheiros que vão ficando, pelo caminho da Vida,levados pela Morte inexorável!A quem tiver mais fotos e relatos eu gostaria de os ver! Jorge Madureira
Amigo Madureira, Espere para ver as fotografias que tenho para enviar da picada de Santa Eulália/Zemba que tantas vezes percorri, de tudo foi a parte que mais me comoveu, está tal e qual na mesma, tive pena de não ter tempo para saborear estes 27 quilomentros que tanto marcaram a minha vida e quase me ia marcando a morte pelo menos duas vezes.
EliminarQuanto ao Zemba meu amigo, não posso descrevsr a minha tristeza, está tudo em ruinas mas em breve vou tambem enviar mais algumas fotografias do que foi o nosso quartel.
Um abraço,
João Santos
Meu caro Jorge Madureira, já vi o seu blogue, está muito bem apresentado e relatado. Curiosamente tem uma fotografia minha tirada no Mucondo numa altura em que o meu pelotão foi fazer uma sobreposição da companhia do Mucondo que tinha ido fazer uma operação. Eu pertencia a Zemba e era Furriel atirador. Desconhecia alguns factos entre eles a queda do ~Teco-Teco. Um Natal Feliz e sempre que queira diga alguma coisa. Se tiver fotos mande algumas para eu publicar.(jcatalo@gmail.com)Um abraço.José Catalo
ResponderEliminarCompanheiro José Catalo, fico satisfeito pela autoria da sua foto do Mucondo, estive lá tb. de passagem duas vezes, e partilhando estas recordações é que nos fortalecem, para que sirvam de tónico para o nosso dia a dia.Continuo convencido de que o nosso esforço não foi em vão! Angola é um País portentoso, assim o queiram os seus actuais Lideres... Vamos mantendo contacto, concerteza! Um bom Natal para si e sua familia! Jorge madureira (jorgemadureiraster@gmail.com).
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