sexta-feira, 6 de novembro de 2009

CURIOSIDADES


Painel que tenho na minha arrecadação com alguns cartazes e recordações dos almoços e da guerra.




Esta rúbrica tem por finalidade descrever assuntos de interesse geral.






Para começar, vou lembrar o nosso "QUANZA" e duas pessoas que fizeram parte do nosso Batalhão mas que infelizmente já não se encontram entre nós.






O Quanza era um barco aparentemente bom mas infelizmente com falta de condições para o transporte de tantas pessoas. Quem mais sofreu foram os soldados pois estavam instalados nos porões com muita falta de luz e de ar, por isso diariamente havia necessidade de trazer para o convés alguns dos nossos homens para que pudessem apanhar ar e sol, pois se não o fizéssemos corriam riscos de saúde.




Das duas pessoas, uma foi o António Palolo um dos grandes pintores portugueses. Pertenceu à CCS do nosso Batalhão. Embora não tenha nenhuma em poder, ele pintou algumas sementes(de uma árvore africana da qual eu não sei o nome) que eu ofereci a algumas madrinhas de guerra. Nunca tive muita confiança com o António Palolo mas através do meu amigo Manuel Ferreira do Pelotão de Morteiros ele fez o favor de pintar as ditas sementes.

A outra pessoa era o Alferes António Silveira da Companhia de Caçadores 2309 que já depois da nossa chegada publicou um livro cujo título é "Morto em Combate" que segundo alguns eu faço parte das personagens desse livro.
















António Palolo é um artista de quem pouco se fala, quase nada se escreve e raramente se expõe. Em Portugal há um vazio de crítica e de história de arte que permite estes exemplos de grandes artistas acerca dos quais pouco ou nada se diz. António Palolo morreu cedo em 2000, com 54 anos e deixou atrás de si uma obra desigual que reflecte o seu carácter insaciável. Artista autodidacta nascido em Évora, pulou a vida toda de fase em fase. A necessidade de experimentar será talvez a característica mais marcante do seu trabalho, que acompanhou diferentes movimentos artísticos, passando do informalismo para a transvanguarda, pela arte-pop, pelo abstraccionismo geométrico até à arte conceptual. Num jogo contínuo que estabelece com o olhar, Palolo propõe um sistema integrado de formas orgânicas com estruturas geométricas. Sem nunca abandonar o seu reconhecido apelo ao sensorial do Homem, ele pretendeu conhecer a arte tanto quanto pretendeu conhecer-se como artista. Os dados e a pintura foram extraídos da NET.